domingo, 27 de maio de 2012

Quadragésimo terceiro

Há quem diga que é do tempo, ou porque se acordou com os pés de fora ou até mesmo uma fase. Sempre preferi acreditar na terceira. Talvez na esperança que um dia mude para, de facto, ser como nos filmes. Não digam que não tento, não digam que não dá e, acima de tudo, não digam "porque sim". Não é! Acordar todos os dias e o pensamento é sempre o mesmo. Incomoda, não o pensar, mas o perturbar de outras ideias por esta prevalecer pela força de vontade. Medo? Sim, diga-se que a expectativa já esteve mais alta, mas mesmo assim, se cair, vai magoar-se. Mais uma vez, só o tempo dirá a sentença deste tormento. Já faltou mais... já, mas a espera...


Se fosse como nos filmes, bem, acho que saberíamos o que aconteceria, não?

domingo, 11 de março de 2012

Quadragésimo segundo

Cá estais, e voltais em força! Sabeis mal! Sois salgadas e vindes sempre com um propósito. Egoísmo vosso, sempre com interesse da vossa parte. Não só trazeis água e sais , como sentimento. Para quê fugir? A culpa não é delas, é tua! Sempre foi e assim será. Uma atrás da outra, não as lágrimas, mas as coisas. Dizem que um"Déjà vu" é como prever o futuro. Um flash, uma imagem, um movimento. "Acho que já vi isto!". De facto, tu viste, previste. Mas então, porquê isto? As pernas estão cansadas, o peito sufocado e a cabeça baralhada. Daqueles momentos, que se andássemos para trás, se resolveria com uma palavra "Mamã!". Cresceste, lida com isso!

Dá-me a mão, vamo-nos deitar e adormecer, para sempre.

Se fosse como nos filmes, oh, se fosse...

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Quadragésimo primeiro

São crianças! Crianças que brincam com barcos de papel, bonecas e cordas. Crianças que sorriem e choram. Crianças que percorrem milhas com as suas bicicletas velhas, usadas, sujas, partidas. A desculpa é sempre a mesma. "Não mãe, está boa!". Crianças que fingem ou falarão a verdade? Os rostos cobertos de terra, denunciam. Mil e uma árvores marcadas, estradas escritas, paredes pintadas e. . . em vão. Afugentam as pombas que vêm roubar os pedaços de pão que caem das mãos deles. Correm campos de ervas apenas por correr. Sem objectivo, sem sentido, apenas, talvez, prazer. Brincam "aos crescidos", tentando imitar alguém que não são. Esforçam-se, pois querem convencer os amigos que são outras pessoas, diferentes deles, uma farsa. No fim, um banho limpa todas as marcas do dia. Nada se passou, nada mudou, nada estragou. Dormem. Amanhã é um novo dia, novas brincadeiras, novas experiências, sem arrependimentos.

São mesmo? Ou Somos?

Se fosse como nos filmes, o físico andava de mão dada com o psicológico, sempre!